1. Falta de estrutura no argumento; deficiência de escrita (questões de português), que pode tornar o argumento mais ou menos ininteligível.
Por vezes a deficiência de escrita é mesmo ausência de escrita. Dou-vos um exemplo (não interessa o aluno: é um exemplo entre vários do mesmo género — no conjunto das resoluções dos quatro problemas —, com mais ou menos gravidade). Supostamente a resolução deveria ser inteligível por alguém que apenas conhecesse o enunciado do problema e a matéria que a suporta. Coloquem-se no papel de uma tal pessoa e avaliem se é razoável esperar que ela perceba a resolução apresentada em baixo (a qual contém até uma "vaga ideia" de como a coisa poderia funcionar — o problema é, como alguém disse, que é maior a "vaga" do que a "ideia").
Naturalmente, o que está a vermelho são anotações minhas.
2. Tal como no exemplo acima, houve um grupo de alunos que tentou uma abordagem via "factor integrante". Um dos problemas aqui é que em geral não invocam os resultados que estão a usar no contexto de funções vectoriais. Muitos correspondem a resultados dados em Análise Matemática I para funções reais, mas fica a dúvida, para quem corrige, sobre se os alunos estão cientes da diferença de contexto. De qualquer modo, de uma maneira geral quem seguiu por essa via não verificou a condição inicial nem a unicidade, o que me leva a pensar que tais provas foram feitas em "piloto automático", sem pensarem realmente no que estavam a fazer.
3. Outros tentam provar a existência e a unicidade separadamente, mas novamente fico com dúvidas se os alunos que optaram por essa via tinham consciência de estarem perante um contexto de funções vectoriais, já que isso nunca é referido explicitamente. As dúvidas aqui transformam-se em certezas na parte da unicidade, onde invocam explicitamente a expressão para a solução geral da equação homogénea associada obtida em Análise Matemática II: é que aí só se consideraram EDOs escalares e, portanto, o resultado invocado não é directamente aplicável no contexto do problema proposto, onde mesmo a correspondente EDO homogénea é vectorial.
4. Houve ainda um ou outro aluno que não se coibiu de dividir por vectores e de igualar escalares a vectores… É claro que se, como outros, tivessem previamente conversado com os professores explicando como pensavam atacar o problema, tais erros poderiam ter sido facilmente evitados na resolução no mini-teste.