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Uma vez obtidas as funções derivadas parciais (de 1ª ordem) de uma função $f$ real de várias variáveis reais, pode considerar-se o cálculo das derivadas parciais dessas, ou seja, das chamadas derivadas parciais de 2ª ordem de $f$. A notação será a seguinte, exemplificada para o caso de $x$ e $y$ serem duas das variáveis da função e se derivar primeiro em ordem a $x$ e depois em ordem a $y$:
(1)No caso de se derivar duas vezes seguidas em relação a uma mesma variável, por exemplo $x$, abreviar-se-á a notação para
(2)Exercício
Calcule todas as derivadas de 2ª ordem da função $f$ definida por $f(x,y,z) = e^{xy} + z \, \cos x$.
Pode conferir os seus cálculos no ficheiro derordem2.the — correspondente à figura abaixo —, para manipular no LiveMath Viewer, alterando sucessivamente as variáveis a considerar nas derivações.
Eventualmente terá observado que obteve o mesmo resultado quando meramente trocou a ordem na derivação. Na verdade, trata-se de algo que acontece em grande parte das situações, como segue do seguinte resultado, cuja prova omitimos:
Proposição (igualdade das derivadas mistas)
Sejam $f : D \subset \mathbb{R}^n \to \mathbb{R}$ e $a \in {\rm int}\, D$. Sejam $x$ e $y$ duas das variáveis da função $f$. Se as derivadas parciais $f_x$, $f_y$ e $f_{xy}$ existem numa bola aberta centrada em $a$ e se $f_{xy}$ é contínua em $a$, então $f_{yx}(a)$ existe e
(3)No entanto, para que não se julgue que se verifica sempre tal igualdade, considere o seguinte exemplo do contrário:
Exercício
Calcule as derivadas parciais de 2ª ordem de
(4)em $(0,0)$.
No caso de as derivadas de 2ª ordem de uma função admitirem, por sua vez, derivadas parciais, diremos que se tratam das derivadas parciais de 3ª ordem da função dada. E assim sucessivamente.
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