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Proposição (sobre derivadas, segundo vectores, de funções diferenciáveis)
Seja $f : D \subset \mathbb{R}^n \to \mathbb{R}$ diferenciável em $a \in {\rm int}\, D$. Então existem as derivadas de $f$ em $a$ segundo qualquer vector $u \in \mathbb{R}^n$, verificando-se que
(1)onde $m$ tem o mesmo significado que na definição de função diferenciável1. Como consequência,
(2)Em particular, existe apenas um vector $m$ nas condições daquela definição2.
Definição de gradiente
Sejam $f : D \subset \mathbb{R}^n \to \mathbb{R}$ e $a \in {\rm int}\, D$. Supondo que existem as derivadas parciais $f'_{x_k}(a)$, $k = 1, \ldots,n$, define-se o gradiente de $f$ em $a$ como o vector
(5)Como consequência da proposição em cima, ficamos a saber que no caso de uma função diferenciável num ponto existem as derivadas parciais dessa função nesse ponto, e portanto o respectivo gradiente. A definição de função diferenciável3 pode então ser reformulada da seguinte maneira:
Definição de função real diferenciável, revisitada
Sejam $f : D \subset \mathbb{R}^n \to \mathbb{R}$ e $a \in {\rm int}\, D$. Diz-se que $f$ é diferenciável em $a$ se existirem as derivadas parciais de $f$ em $a$ e
(6)Tal como referido na parte 2, o resultado do produto interno $\nabla f(a) \cdot (x-a)$ também se pode escrever como
(7)onde a matriz-linha $f'(a) := \big[ \frac{\partial f}{\partial{x_1}}(a) \, \ldots \, \frac{\partial f}{\partial{x_n}}(a) \big]$ também se designa por derivada de $f$ em $a$.
Definição de plano tangente a gráfico de função
No caso $n=2$, o plano envolvido na condição (6) da definição de diferenciabilidade é então o plano
(8)que se diz o plano tangente ao gráfico de $f$ em $(a,f(a))$.
Observe que a designação de tangente para este plano tem também motivações geométricas, já que os declives ao longo dos eixos dos $xx$ e dos $yy$ são, respectivamente, $\frac{\partial f}{\partial x}(a_1,a_2)$ e $\frac{\partial f}{\partial y}(a_1,a_2)$, que coincidem com os declives do gráfico da função quando intersectado com os planos verticais que passam por $(a_1,a_2)$ e são paralelos aos eixos coordenados. Uma justificação mais completa para esta designação será dada mais à frente.
Tal como se pretendia de uma noção de diferenciabilidade para funções (reais) de várias variáveis (cf. discussão no início da parte 2), a diferenciabilidade implica a continuidade, como se mostra a seguir:
Proposição (continuidade de funções reais diferenciáveis)
Sejam $f : D \subset \mathbb{R}^n \to \mathbb{R}$ e $a \in {\rm int}\, D$. Se $f$ é diferenciável em $a$, então é contínua em $a$.
Seguir para a parte 4 ou adicionar um comentário em baixo.
Pode-se afirmar que a derivada de exp(x) é finita, qualquer que seja o x?
Estou a perguntar isto para saber como provar que f(x)=(exp(x), cos(x), sen(x)) é diferenciável.
De acordo com a definição geral de diferenciabilidade, para provares a diferenciabilidade dessa função vectorial que apresentas deves provar a diferenciabilidade das suas funções coordenadas. Como estas são funções reais de uma variável real, podes usar o que sabes sobre elas de AMI. Em particular, nesse contexto uma função é diferenciável em cada ponto onde a derivada seja finita. É o que acontece, em particular, para a função exponencial que referes, cuja derivada coincide com ela própria, logo assume valores finitos em todo o $\mathbb{R}$.
Se uma certa função f de várias variáveis for diferenciável em a pode afirmar-se que:
f(x) - f(a) = df(a) . (x-a) quando x tende para a e sendo df(x) o gradiente de f?
Não exactamente. A diferença entre os dois membros dessa expressão tende para zero quando x tende para a, como segue de (6), logo esses dois membros serão aproximadamente iguais nessas condições. Mas não há garantia de que sejam iguais se x for diferente de a.
Sendo f nas mesmas condições pode-se afirmar que
[ f(x) - f(a) ] / || x - a || = f'u(a) ( sendo u um qualquer vector ), quando x tende para a? E pode-se também dizer que f'u(a) existe e é finito, pois f é diferenciável em a?
$f'_u(a)$ depende de $u$, logo não se pode esperar que seja igual a $[f(x)-f(a)]/\| x-a \|$, que não depende de $u$.
Sim, isso é parte da conclusão da proposição no cimo desta página.
Como é que se calcula o plano tangente de uma função em R3?
Por exemplo x2+y2+z2=6
Pelo teu exemplo, o que queres é o processo de cálculo do plano tangente a um ponto de uma superfície de nível. Vê http://amiii.wikidot.com/3-1-derivadas-e-gradientes-parte-6#toc0.